Ex-médico acusado de queimar a mãe viva será julgado por júri popular no DF

Lauro Estevão Vaz Curvo está preso desde junho de 2024 e responde por feminicídio e fraude processual

O ex-médico Lauro Estevão Vaz Curvo, acusado de matar a própria mãe, Zely Alves Curvo, de 94 anos, ao provocar um incêndio no apartamento onde ela vivia, será julgado por júri popular. A decisão foi assinada no último sábado (17) pelo juiz André Ribeiro, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). A data do julgamento ainda não foi definida. A defesa do acusado não foi localizada.

 

De acordo com a investigação da Polícia Civil, o incêndio foi intencional e começou na maca onde a idosa estava deitada, no quarto do imóvel, no segundo andar do Edifício Monet, em Águas Claras. Zely, que tinha problemas de saúde e estava acamada, morreu carbonizada no local, na manhã de 31 de maio de 2024.

 

Perícia e testemunhos indicaram que o fogo teve origem em ação humana. A partir das apurações, a polícia concluiu que Lauro Estevão, de 64 anos, foi o responsável por atear fogo no cômodo. Ele foi preso no dia 14 de junho de 2024, acusado de feminicídio e fraude processual — já que, mesmo sem autorização judicial, invadiu o apartamento da mãe pelo menos três vezes após o crime.

 

Histórico de crimes e condenações

Lauro Estevão já havia sido preso um ano antes, em maio de 2023, por abandonar a mãe no Hospital Militar de Brasília (HMAB). Na época, a idosa estava internada há mais de 30 dias, já havia recebido alta, mas o filho se recusava a buscá-la. Ele foi autuado por abandono de incapaz e por induzir a mãe, que não tinha pleno discernimento, a assinar uma procuração. Apesar da gravidade, acabou solto na audiência de custódia.

 

A trajetória de Lauro com a Justiça é extensa. Em 2021, ele teve o registro profissional cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), após ser condenado por abusar sexualmente de duas pacientes. Os crimes aconteceram em 2009 e 2010, durante atendimentos no Centro de Saúde 1, em São Sebastião. Uma das vítimas, menor de idade na época, relatou ter sido tocada de forma inapropriada enquanto estava grávida.

 

Agora, com o indiciamento por feminicídio, Lauro responde por um dos crimes mais graves do Código Penal, com possibilidade de pena superior a 30 anos de reclusão. O Ministério Público e a Polícia Civil tratam o caso como uma sequência de violências cometidas contra a própria mãe, que culminaram na morte brutal da idosa.

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