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E não é só na pediatria que a saúde do DF vem pecando quando se trata de atrasos cirúrgicos. Com 1 mil pessoas na fila, pacientes esperam cirurgia de catarata a 9 anos!
Existem mais de 5,5 mil pessoas que aguardam por uma cirurgia oftalmológica na rede pública de saúde atualmente, no Distrito Federal. Constavam na fila, até o início desta semana, 1.146 solicitações pendentes para cirurgia de catarata, sendo 158 com classificação de risco vermelho, ou seja, urgente.
A catarata é uma doença ocular em que consiste na opacidade parcial ou total do cristalino ou da cápsula como traumatismo, idade, diabetes mellitus, uso de medicamentos e outros, e pode ser desencadeada por vários fatores. Os sintomas são embaçamento visual progressivo que pode levar à cegueira.
A cirurgia é o meio mais efetivo de tratamento da doença. Porém, um dos pacientes que aguarda pelo atendimento no DF é um homem de 31 anos, e no momento, ele tem a visão apenas de um olho e está na fila de espera desde 2013.
Ele procurou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF (CLDF) devido a demora e conforme os documentos juntados pelo grupo, desde 2013, o paciente retorna às unidades de saúde relatando desconforto na visão.
A comissão acionou a Secretaria de Saúde do DF (SES/DF) e pediu explicações sobre o atraso no atendimento do paciente. Porém, a saúde do DF está tão precarizada que diversas especialidades cirúrgicas têm uma fila imensa de pacientes aguardando há anos, inclusive pessoas em estado de saúde grave. O descaso é tamanho que pacientes que estão à espera estão morrendo ou adquirindo problemas irrecuperáveis pela falta de atendimento, esse descaso é desumano e criminoso, de acordo com o presidente da Comissão o deputado Fábio Felix.
Já a Secretaria de Saúde informou que a solicitação de cirurgia do paciente em questão foi inserida no Sistema de Regulação em 3 de maio deste ano como prioridade verde, e ainda esclareceu que das 5.589 solicitações para cirurgias oftalmológicas inseridas no sistema, 1.633 estão classificadas em vermelho e 721 em azuis.
Em nota, a secretaria destacou que a pandemia de Covid-19 impactou e ainda impacta o dia a dia das cirurgias dentro da rede de saúde do DF, e disse que, abre aspas, “Com a necessidade de leitos destacados para salvar vidas combalidas pelo vírus, os hospitais precisaram suspender as cirurgias eletivas (programadas). Com essa medida imposta ainda no ano de 2020, as filas desse procedimento aumentaram. Com o fim do estado de calamidade pública pela pandemia da Covid-19, o avanço da vacinação e a aquisição de equipamentos, a pasta pode reforçar a realização dos procedimentos cirúrgicos” fecha aspas.
Fonte: Metrópoles