Grávidas do DF ficam sem assistência no pré-natal após mudanças no Saúde da Família

As gestantes de Brasília que dependem da rede pública de saúde estão prejudicadas na realização do pré-natal devido a falta de médicos nos Postos de Saúde da Família. Com previsão de fechar o ano com 70% de cobertura no Distrito Federal, ainda há 28 equipes incompletas. Segundo o GDF, fortalecer a atenção primária com profissionais que acompanhem toda uma vida vai ajudar a desafogar o caótico cenário das emergências. Por enquanto, a dificuldade começa antes mesmo do nascimento.

 

Uma funcionária pública que está na 26ª semana e que faz o pré-natal na Unidade Básica de Saúde nº1, na Asa Norte afirma que passou por total assistência até a mudança para o Posto de Saúde da Família, em maio.

 

 A gestante conta que a unidade, que antes era uma calmaria, hoje “está um caos”. Ela Em sua opinião, o posto funcionaria bem se em um dia tirassem os médicos e enfermeiros especialistas e, no outro, os novos estivessem no lugar. Quarenta dias de desassistência é muito tempo em uma gravidez.

 

Demora representa perigo para a mãe e para o bebê

 

O ginecologista-obstetra e presidente do Sindicato dos Médicos, Carlos Fernando explica que o pré-natal é essencial para garantir a saúde de mãe e bebê desde o início da gestação.

 

Isso sem contar com as perdas de prazo para realizar investigações específicas. De 11 a 14 semanas, é preciso fazer a ultrassonografia da transluscência nucal, que indica presença de anomalias como Síndrome de Down. De 18 a 24 semanas, a morfológica, que permite analisar os órgãos do bebê. Entre 24 e 25 semanas, há o rastreamento de diabetes gestacional, que, se confirmado, pode levar ao parto prematuro.

 

Segundo números obtidos pelo Sindicato dos Médicos mais da metade dos médicos especialistas não aderiu à nova formatação da atenção primária. Dos 423 pediatras, clínicos e ginecologistas, 228 disseram não, representando 53% dos profissionais. Considerando enfermeiros e técnicos de enfermagem, a migração foi maior – 67% e 69%, respectivamente. O documento é avaliado pelo Conselho de Saúde.

 

No início de junho, candidatos fizeram prova para preencher 40 vagas, além de formação de cadastro reserva, para atuar como médico da família e comunidade. Conforme o edital, os cargos para 40 horas semanais e salário inicial de R$ 12.654 só poderiam ser disputados por profissionais com certificado de residência médica em Medicina de Família e Comunidade ou título de especialista reconhecido pela Associação Médica Brasileira (AMB).

 

 

 

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